Conheça bem sua audiência

Somos uma espécie que desenvolveu as ferramentas mais sofisticadas que o mundo já conheceu: a linguagem e a escrita. Ambas são abstrações coletivas, mas que impactam o indivíduo de uma forma muito particular. Uma frase (escrita ou oral) tem o poder de formar na cabeça das pessoas imagens e interpretações completamente diferentes. Essa é a magia, por exemplo, das artes:  a grande obra é aquela que permite múltiplas interpretações.

Apresentação corporativa, no entanto, passa longe de uma peça artística. No máximo, podemos extrair alguns conceitos. Mas a finalidade é diametralmente oposta. Múltiplas interpretações é tudo o que um executivo não quer ao fim de uma explanação. Por isso o primeiro passo para uma boa apresentação é pensar em quem vai nos assistir:

• Quem são?
• Qual o nível de informação delas?
• O que esperam?
• Com o que se importam?
• Como minha mensagem principal vai impactar na vida delas?

Respondendo essas perguntas, o apresentador se coloca na posição da audiência e aumenta consideravelmente a chance de sucesso.  Costumamos dizer que toda apresentação é uma viagem que apresentador e audiência realizam juntos, com o apresentador no papel de guia.  E se o executivo quiser que a audiência viaje seu lado, ele precisa conhecer o máximo sobre ela.

A tarefa não é das mais fáceis porque mesmo dentro da empresa os públicos são diferentes entre si.  Uma determinada mensagem pode ser boa para um público, indiferente para outro e péssimo para outro. Um erro comum é fazer a mesma apresentação para todos os públicos. Em termos práticos, é até possível usar o mesmo material de apoio – a identidade visual e os slides do PowerPoint – mas o discurso precisa ser ajustado toda vez que a audiência for diferente. É um exercício de empatia e de comunicação: toda apresentação é uma oportunidade nova e consequentemente única.

Já dissemos aqui o quanto é fundamental o executivo saber escolher qual a mensagem principal da sua apresentação. Mais importante ainda é saber como essa mensagem principal afeta a sua audiência.  Um orador só pode usar as ferramentas a que sua plateia tem acesso. Se usar apenas sua linguagem, seus conceitos, seus pressupostos e seus valores não terá sucesso.