escrito por
priscila
publicado em
16 de agosto de 2017
Muitos briefings que eu recebo começam com a seguinte frase: “Queremos uma apresentação profissional tipo TED”. Fã incontestável do formato, sempre me animo com a ideia, mas entre o desejo e a realidade há um abismo do tamanho da repercussão das principais palestras do TED.
São poucas as apresentações profissionais que atendem a esse padrão. Os motivos são diversos, mas me atento aqui ao principal: o tempo.
Executivos de empresas vivem um paradoxo interessante de se observar. A alta competitividade aliada à necessidade de disponibilidade integral faz do tempo do executivo um bem precioso. E quando uma palestra para ele é agendada, o tempo simplesmente aparece.
São raros os casos em que o tempo de um evento corporativo é inferior a 40 minutos. Reparem então no cenário: pouco tempo para produzir e muito tempo para explanar. Podemos chamar esse paradoxo de uma fórmula “Anti TED”.
Apresentações tipo TED atendem a um formato simples: 17 minutos para uma pessoa falar sobre um único tema no qual é especialista. Só essa frase já derruba metade dos briefings que recebo.
O tempo escasso faz com que as pessoas queiram mostrar tudo que fizeram nos últimos meses, esbaldando a audiência de informações, dados, gráficos, etc. E o resultado na maioria das vezes é uma audiência cansada de uma apresentação de slides enfadonha.
Então, diminuir o tempo das apresentações então é a saída que proponho? Não. A emenda sairia pior que o soneto. Se o tempo é um bem raro propor que o executivo abra mão dele diante de uma audiência importante seria no mínimo ingenuidade da minha parte.
Portanto, a minha proposta é inspirar-se no processo de construção das apresentações do TED. Todas as palestras que nos deliciamos no Youtube são exaustivamente treinadas durante dias, semanas e até meses pelo apresentador. Essa é a premissa do TED como instituição fornecedora de conteúdo via palestras.
Em seu livro, Ted Talks – o Guia Oficial do Ted Para Falar Em Público, o presidente e idealizador do TED, Chris Anderson dedica um capítulo inteiro acerca do processo de preparação. Diz ele:
“Os músicos ensaiam antes de tocar. Os atores ensaiam antes de as portas do teatro se abrirem. No caso da palestra, o que está em jogo é tanto ou mais do que em qualquer concerto ou peça, ainda que muitos oradores ajam como se achassem que podem simplesmente subir ao palco que tudo dará certo de primeira.” Chris Anderson
Essa é mesma provocação que faço (ou tento) para os meus clientes. Imaginar que alguém fará uma apresentação profissional memorável sem treinamento árduo é contar com a sorte. Dedicar o tempo da sua equipe para montar a apresentação que você vai performar tampouco. O tempo é escasso, eu sei. Mas uma apresentação tipo TED só será realmente tipo TED se você dedicar tempo e suor para isso.
Em tempo: A Conté criou todas as apresentações do TedXSãoPaulo este ano e a fórmula foi seguida por todos os participantes: assuntos relevantes, apresentações bem planejadas, muito ensaio de oratória e, no final, ideias que merecem ser compartilhadas 😉
Felipe Papaterra
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